Entrada de dólares no Brasil supera saída pela primeira vez em três anos

Entrada de dólares no Brasil supera saída pela primeira vez em três anos

O Brasil terminou o ano de 2015 com uma entrada líquida de 9,41 bilhões de dólares, o primeiro superávit em três anos, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados nesta terça-feira. O número é o melhor para o país desde 2012, quando o volume de entradas de dólares superou o de saídas em 16,75 bilhões de dólares. Nos dois últimos anos, o envio de recursos foi maior do que os ingressos. Em 2014, o resultado ficou negativo em 9,28 bilhões de dólares e, em 2013, em 12,26 bilhões de dólares.

O resultado ocorreu em um ano marcado pela forte alta do dólar em relação ao real, que tornou os produtos brasileiros mais baratos para compradores estrangeiros. A moeda americana subiu 48,5% em 2015, a maior valorização em treze anos. Na teoria, a entra de dólares favoreceria a queda da moeda americana. Outros fatores, porém, pressionaram a divisa, como as sinalizações sobre a política de juros dos Estados Unidos, além de tensões políticas e econoômicas no Brasil.

Os fortes ingressos pela chamada conta comercial -- em que são fechados os contratos de câmbio para operações de exportação e importação -- mais do que compensaram o terceiro déficit financeiro seguido. O país registrou entrada líquida de 25,486 bilhões de dólares pela conta comercial, melhor desempenho desde 2011.

A conta financeira - pela qual passam os investimentos estrangeiros diretos, por exemplo - terminou o ano negativa em 16,07 bilhões de dólares. Nos últimos três anos, o país perdeu 52,89 bilhões de dólares nessa rubrica. Só em dezembro, a conta financeira ficou negativa em 9,27 bilhões de dólares, mais de metade do déficit do ano.

Os mercados financeiros brasileiros sofreram forte instabilidade no ano passado, assustando investidores e incentivando a atuação do BC e do Tesouro Nacional. Atualmente, o BC administra um estoque de pouco mais de 100 bilhões de dólares em swaps cambiais, contratos equivalentes a venda futura de dólares, com o objetivo de fornecer proteção cambial aos agentes financeiros.

(Com Reuters)

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